SPFW Inverno 2012 - dia 5


No penúltimo dia de São Paulo Fashion Week, coleções cheias de classe e elegância desfilaram junto com outras, bom, não tão elegantes digamos assim. Para provar que nós não falamos só bem dos desfiles, leiam abaixo o que achamos dos desfiles de ontem em São Paulo, das marcas Gloria Coelho, Maria Bonita, Uma Raquel Davidowicz, João Pimenta e Lino Villaventura (Fotos: FFW)
Gloria Coelho é sempre Gloria Coelho né? Uma das maiores estilistas brasileiras, ela sempre trabalha com primor, independente do tema de cada coleção. Para esse inverno 2012, o trabalho foi a um nível ainda mais bacana quando ela resolveu romantizar suas peças. Com muita transparência (sim, de novo! sinal de que a tendência veio mesmo para ficar), formas acinturadas, babados e tecidos leves, a coleção foi super romântica e feminina. Nós gostamos da ideia de jogar microshorts com peças invernais (bem incoerente, como é mesmo a estação no Brasil) e o jogo de cores apagadinhas das peças contrapondo com forros e meias-calças cheias de cores.
Ao contrário da sua "irmã" mais jovem, a Maria Bonita desfilou uma coleção de poucas cores na SPFW. A inspiração foram o povo nortista do Brasil, passando por boiadeiros, castanheiros, índios, seringueiros e marisqueiros. Assim, reinaram cores mais terrosas como o castanho, o verde e o amarelo, com alguns toques de rosa aqui e ali. Prevaleceram na coleção o conforto e a inovação de materiais durante a criação. A estilista Danielle Jensen fez um mix coeso entre, por exemplo, tricô, látex, paetê e canutilhos de metal; materiais que normalmente não se dão tão bem juntos. Nós amamos a bolsa de flor, .
Inspirada em uma roupa esportiva minimalista, a estilista Raquel Davidowicz, da Uma, criou formas andróginas tanto na ausência de contornos e definições, quanto nos tecidos e cores usados na coleção. Ela quis provar que as peças poderiam ser usadas por melheres de todas as idades e, para isso, inseriu modelos mais velhas na passarela. Apesar do esforço com materiais tecnológicos e estruturas variadas, nós não entedemos muito bem a coleção como um todo e achamos ela levemente entediante. Ainda assim, peças como os vestidos com cara de amassadinhos, os cintos, as mochilas e os sapatinhos ainda poderiam ser salvos no desfile.
Outro que pesou um pouco a mão no lado da imaginação foi João Pimenta. Por mais "fashion forward" que um homem seja, achamos difícil ele sair por aí com um terno de três peças de lã com aplicações em couro né? Apesar disso, num contexto de passarela e inspiração, achamos belíssimas as construções do estilista. A inspiração para a coleção, segundo ele, foi o steampunk, subgênero da ficção científica no qual as obras são ambientadas em um passado mas possuem tecnologia do futuro. Além disso, o estilista citou ao portal FFW, os plague doctors, médicos da época da praga que usavam máscaras com bicos, e a ideia de que todo príncipe tem seu monstro. No lado mais comercial da coleção, nós gostamos das gravatinhas borboletas e de alguns blazer, que poderiam ser adaptados para a "vida real", por assim dizer...
E, finalmente, um dos desfiles mais aguardados da noite de ontem: o do estilista paraense Lino Villaventura. Com base em pinturas sombrias de Francis Bacon, o designer mostrou nessa coleção o que sabe fazer de melhor: costuras perfeccionistas, trabalhos manuais de louvor e uso de tecidos finos. Apesar disso, o resultado final não é tão apaixonante como esperado. Apesar de algumas peças desejo - como as saias de tule, as coroinhas douradas e o batom beterraba - achamos tudo um pouco não usável demais. Para Juliana Lopes, repórter do FFW, a coleção de Lino representa "mulheres de alta sociedade em festas nas casas suntuosas das amigas, casamentos, bailes de debutantes ou em qualquer outro lugar vip fora do país". Como nós não somos essas mulheres, não nos identificamos...


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